Elementos ar e terra.
Significa lutas, disputas, fúria e
pode simbolizar a limpeza do ambiente e do corpo. Representa o corte, a
força e a limpeza. O punhal representa a vontade de vencer, simboliza
disposição para enfrentar o inimigo. É associado à honra, vitória e
superação dos obstáculos. O punhal da cigana, sempre tem fitas coloridas
e pedras. A dança pode ser executada sozinha ou com várias mulheres.
Ele nunca é tirado de lugar nenhum, a dança inicia com o punhal na mão,
isso porque as ciganas guardam o punhal preso na perna, na altura da
coxa, e durante a dança não é possível tirá-lo dali, uma vez que as
ciganas não mostram as pernas. O punhal é considerado ritualístico e
deve ser guardado num tecido vermelho. Para fazer uma limpeza astral com
o punhal, em si, ou em outras pessoas, basta apontá-lo para os 4 cantos
cardeais, norte, sul, leste e oeste, invocar uma divindade de sua
afinidade e fazer passá-lo próximo ao corpo, frente e costas. Dança do
Punhal - Assim como a dança da espada, a verdadeira origem d da dança
com o punhal não tem comprovação histórica e há diversas versões sobre o
significado dessa dança. É praticamente impossível uma afirmação
precisa sobre sua real origem. Em algumas fontes de pesquisa, há
afirmações de que seria uma dança derivada da dança da espada. Porém, a
dança do punhal é uma dança muito forte e marcante, diferente da dança
com a espada, em minha opinião. Uma das versões conta que é uma
homenagem a Deusa Selkis (Rainha dos Escorpiões), simbolizando morte,
transformação e sexo. É possível que seja uma incorporação da dança
cigana à dança do ventre, retratando amor, mistério, magia, paixão, luta
e morte. Alguns estudos realmente nos levam a crer que o povo cigano
foi pioneiro na inserção do punhal em danças femininas. As gawazees
(tribo cigana) utilizavam o punhal como arma de defesa e na execução da
dança, elas o usavam para transmitirem mensagens umas para as outras. Os
registros mais antigos nos levam a Istambul e Constantinopla, mais
precisamente às mulheres que serviam o sultão. Algumas fontes afirmam
que as odaliscas precisavam sobreviver no harém. Dessa forma, disputavam
com as outras a atenção do sultão, tomando seu punhal e dançando com
ele para impressioná-lo. O sultão escolhia apenas uma odalisca para
passar a noite com ele, podendo futuramente tornar-se uma de suas
esposas ou concubinas. O posto mais alto dentro de um harém atingido por
uma mulher era sultana, ou seja, mãe do sultão. Nos haréns, a
comunicação entre homens e mulheres era proibida. As mulheres usavam a
dança com o punhal como código de linguagem. Hoje em dia, utilizo esses
gestuais (códigos) nas mostras de dança para que o público conheça um
pouco mais sobre esse estilo de dança. Seguem os significados dos
gestuais:
Punhal na mão, com a ponta voltada para fora: a bailarina está livre;
Punhal na mão, com a ponta voltada para dentro: a bailarina é comprometida;
Punhal na testa com a ponta para baixo: magia;
Punhal entre os dentes: desafio (a mulher mostra nada temer);
Punhal coma ponta no quadril: força feminina;
Bater o punhal na bainha: chamado para o embate;
Punhal entre os seios: paixão;
Passar o punhal pelo corpo: sedução;
Equilibrar o punhal sobre a testa: domínio;
Desenhar círculos no ar com o punhal: limpeza energética astral;
Passar a lâmina rente ao próprio pescoço: ameaça de morte.
Dicas: Por ser uma dança forte, cuidado com o manuseio do punhal para que você não seja mal interpretada; Decore seu punhal com pedras, fica bem delicado; Estilos musicais idéias para essa dança: músicas turcas ou estilo andaluz; Trajes sugeridos: calças bufantes e boleros. Curiosidade: para a execução dessa dança são confeccionados punhais específicos para tal, sem corte.
Contribuição: Aluna Cecília Balotta
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