quarta-feira, 28 de maio de 2014

A dança para os ciganos


Assim como toda a cultura cigana, a dança, é passada agrafamente pelos pais, avós, tias, e familiares mais velhos. não há uma coreografia exata nos movimentos das ciganas e ciganos. mas há, uma forma de comunicação em seus gestos ao dançar que só os ciganos conhecem.

uma das mais importantes atitudes das dançarinas, é proteger as pernas, uma vez que é expressamente proibido uma cigana mostrá-las a estranhos. Se casada, a cigana só as mostrará a seu marido. e se solteira a ninguém mais. Conhecida por ser uma dança extremamente sensual a dança cigana atrai e encanta os gadjês/jurem (não ciganos) e ainda trazem inúmeros benefícios à saúde física, mental e espiritual.

Muito usada em todo o mundo, a dança cigana, sem dúvida é uma “viagem” fascinante, onde os “alunos“ descobrem que a vida não é feita apenas de problemas e sim, de muita festa, alegria e sedução!

A dança é uma homenagem á Duvel (Deus), através do corpo e da alma. Com grande sentimento e força de expressão, traduzimos em ARTE o maravilhoso ritual da dança. Dançamos quando estamos alegres para comemorar uma celebração (casamento, batizado, tudo que traduza a felicidade); dançamos nos raros momentos de tristeza, pois ela nos serve para transmitir sentimentos e emoções.
A dança cigana para os jurem/gadjê é forma de liberação das emoções interiores, de dar vazão aos sentimentos e às íntimas necessidades, através de movimentos corporais. Assim, as danças ciganas podem ser executadas de maneira solitária (um “solo”, por exemplo), em par ou em grupo, de forma profissional ou amadora, festiva, sagrada ou ritualística. Em qualquer forma de procedimento, os dançarinos, reunirão as qualidades técnicas, o preparo físico, a alma e o amor pela dança.
Temos na dança uma de nossas mais vivas e exuberantes formas de expressão. Tiramos dos passos, dos volteios do corpo, do girar, do maneio de cabeças e mãos, do sapatear etc., uma alegria contagiante e uma vivacidade única!

O repicar das castanholas (nas danças flamencas), das palmas (para afugentar a negatividade) e o ritmo dos pandeiros, constituem-se no correto dançar da “alma cigana”. Nossa dança é verdadeiramente a “magia da natureza!”
Nos momentos descontraídos fazemos as “danças livres”; sem regras, onde cada um se diverte como quer, mas nunca se esquecendo do recato e dos limites entre homens e mulheres.
As danças ciganas estão na nossa alma. Expressam luz, amor e alegria. Através delas, vivemos, amamos e crescemos! Experimentamos a cada dia um amor maior pela vida e, na nossa alma, o mais puro desejo de sermos sempre amados por Deus!


Movimentos:

1. O sorriso e o brilho nos olhos têm a intenção de complementar o que está sendo dançado, razão pela qual são tão apreciados nos concursos e festivais. o semblante sério só se aplica às danças sagradas.
2. Os mexer de ombros e a inclinação da cabeça para trás (o que chama a atenção para os cabelos, geralmente longos e soltos);
3. Os braços e as mãos trabalham em vários sentidos: na frente do corpo, levantados em direção ao alto da cabeça, nas laterais do corpo etc.;
4. Os punhos, mãos e dedos têm a característica peculiar de girar (gesto de insinuação e também de captação de energias);
5. Acredita-se que as palmas na dança, afastam a energia negativa para longe.
Fora isso, nos primeiros passos a serem transmitidos aos “alunos” devem atentar para os seguintes detalhes:

Em geral, a postura: deverá ser sempre ereta;
O caminhar: inequívoco, com elegância e a cabeça erguida;
Os ombros: deverão está em conformidade com o tronco;
Os giros: sempre largos e precisos, destacando os movimentos da saia;
Movimentos circulares: devem ser grandes, discretos, porém chamativos. Detalhe importante para as mulheres, se casadas geralmente utilizam um lenço comumente chamado pelos rons de diclô, já os calins uma flor: preferencialmente vermelha presa aos cabelos e do lado esquerdo. Mesmo as jurins/gadjins casadas com ciganos são obrigadas a seguir a tradição, pois na cultura cigana as mulheres seguem seus maridos.

É importante ressaltar que na dança cigana, a dançarina profissional ou não, jamais se apresentará por obrigação. Dançará pelo prazer, pois tem na sua concepção de que a dança deve ser praticada como arte e sedução, aonde lhe é ensinada deste a tenra idade. Aprenderá também que de maneira alguma mostrará as pernas (na dança ou fora dela), já que isto é visto pelo nosso povo “como uma grande falta de respeito”, uma vez que a dança é algo sagrado. Esta é a razão pela qual as roupas são fartas e “protegidas” por baixo, evitando assim qualquer transparência.

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