quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A lenda da Cigana do Pandeiro

Cigana do Pandeiro

Num reino da Idade Antiga havia uma jovem chamada Márcia, que curava as pessoas doentes através de seus poderes paranormais e de fórmulas mágicas. Por isto o povo apelidou a moça de bruxa.
Um certo dia, o príncipe Felipe ficou muito doente. Então o rei mandou chamar Márcia. Esta garota ao colocar os olhos em Felipe se apaixonou por ele e tirou sua enfermidade através de feitiços.
Uma semana depois o príncipe casou-se com sua amada Amanda. Assim, Márcia ficou enfurecida e jogou uma praga:
- A partir da data deste matrimônio, nesta vila não haverá mais Sol e muito menos arco-íris. Aqui só existirão chuvas e tempo nublado para todo o sempre.
Desta maneira o tempo fechou e permaneceu assim por muitos anos.
Um belo dia, uma caravana de ciganos aproximou-se daquele reino e montou acampamento lá. Logo estranharam o mau tempo, mas pensaram que se tratava de uma chuva passageira. Naquela mesma tarde eles desfilaram pelas ruas da vila trazendo muita alegria, dança, canto e harmonia.
O príncipe, que olhava tudo pela janela, convidou os ciganos para se apresentarem no castelo. Desta maneira, estes artistas deram um espetáculo no palácio durante a noite. Após o show, a cigana chamada Sol aproximou-se da princesa Amanda e comentou:
- Seu reino é muito bonito, pena que este clima nublado parece ser eterno.
Então a nobre comentou:
- O problema é que este clima é, realmente, eterno por causa de uma praga que uma feiticeira lançou. Diz a lenda que só uma mulher estrangeira e virgem pode libertar a nossa terra das tempestades eternas se ela tocar um instrumento mágico feito de um animal que é manso de dia mas que, nas Luas Cheias, pode ser feroz.
Ao escutar isto, Sol tentou tocar todos os instrumentos que o seu povo tinha: violino, gaita, lira e tambor. Porém nada fez efeito.
Assim, a moça se despediu dos nobres e voltou ao seu acampamento. Então ela orou:
- Santa Sara, por favor, me dê uma luz!
Naquele momento Michel, o avó de Sol, estava sentado numa banqueta em frente à tenda. Quando, de repente, uma cabra saiu correndo em direção ao idoso.
A jovem cigana, ao perceber isto, pegou uma lança que estava ao seu lado e lançou em direção ao animal furioso, que morreu na hora. Ao se aproximar do bicho morto, ela achou um aro de metal caído no chão. Naquele instante a moça teve uma idéia:
- Farei um instrumento musical com o couro desta cabra, com este aro de metal e com as platinelas que estão na minha tenda.
Esta jovem passou a madrugada inteira fazendo um pandeiro com o material achado. Deste jeito, quando chegou às dez da manhã, o instrumento já estava pronto e ela resolveu tocá-lo no meio da tempestade.
De repente, a chuva parou, o Sol se abriu e um enorme arco-íris surgiu no céu. Alguns minutos depois as cores do arco-íris vieram em direção ao seu pandeiro e viraram fitas dentro dos buracos deste instrumento.
A princesa Amanda e o príncipe Felipe, que viram tudo pela janela, ficaram tão contentes com o fato que presentearam os ciganos com um baú cheio de tesouros.
Assim surgiu a lenda da Cigana do Pandeiro. E daí que vem o costume de enfeitarmos o pandeiro com as fitas coloridas. E lembrando que cada cor tem sua simbologia e seu significado.


Fonte: https://www.facebook.com/AlquimiaCigana

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A energia da dança cigana

A Energia da Dança Cigana
A postura imponente dos ciganos ao dançar mostra como eles enfrentam a vida e orgulham-se do que são. A cigana tem um lugar especial na dança, em muitas tribos ela garante o sustento dos seus com a sua arte, elas atraem a boa sorte para o grupo e a família...Com a cabeça levantada demonstra o poder de sua raça, o bater dos pés na terra clama a força desse elemento para b
ailar, as mãos para o alto pedem licença para exaltar a natureza, com a força feminina entrega-se ao ritual da dança e banha de beleza e mistério o espetáculo cigano. O barulho das moedas e pedras também tocam música no ritmo do rodopiar da cigana, as palmas e ralhos a envolvem e alimentam sua arte, que em forma de oração saúda os presentes na comunhão do sagrado e da alegria.
O cigano com seu ritmo forte e elegante atrai a atenção do grupo, é dele a responsabilidade da proteção, das aberturas dos caminhos de seu povo por estradas desconhecidas; no sapateado a busca da força e coragem; as mãos ao céu agradecem e recebem um sol de esperança; a força masculina se mostra e também reverencia a natureza.
Nos passos da vida, encontramos a Dança Cigana, envolvente e transformadora como o fogo; um coração pulsante no ritmo do vento; sábia e reveladora como o ar, de braços abertos buscando envolver um mundo inteiro; forte e poderosa como a terra; cristalina e mutável como a água, sem medo de demonstrar o amor à família, a eterna tristeza de tantas dores desnecessárias, o encantador sorriso da crença de um amanhã melhor, o brilho de lágrimas nos olhos profundos; um rito sagrado saudando a natureza que nos deu a vida.
Assim, nos contagiantes volteios dança-se aos pares, no ritmo do amor cigano troca-se forças, experiências, existências, finalmente completos na comunhão da vida. As crianças, continuação de nossos sonhos, e os velhos, detentores da sabedoria, tem lugar na roda e com o mesmo respeito são apreciados por tudo que são e serão.
Vamos palmear e nos entregar ao bailar gitano de nossos corações, no ritmo que a vida pedir vamos juntar as mãos e deixar que o som guie nosso corpo por novos caminhos; no ritmo sagrado da Dança Cigana fazer da liberdade de sonhar e realizar uma oração, uma dança única onde nos revitalizamos e descobrimos nossas forças e talentos para seguir sempre em frente, como fizeram e fazem os ciganos.
É importante lembrar que quando a dança for masculina, somente homens participam, denotando firmeza, alegria, altivez e muito preparo físico, devendo então as mulheres acompanhá-los em roda, batendo palmas ao seu redor, salvo quando a dança for em conjunto e geral.

Fonte: http://www.alemdamagia.com/

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Dança Cigana com Punhal


Elementos ar e terra. 
Significa lutas, disputas, fúria e pode simbolizar a limpeza do ambiente e do corpo. Representa o corte, a força e a limpeza. O punhal representa a vontade de vencer, simboliza disposição para enfrentar o inimigo. É associado à honra, vitória e superação dos obstáculos. O punhal da cigana, sempre tem fitas coloridas e pedras. A dança pode ser executada sozinha ou com várias mulheres. Ele nunca é tirado de lugar nenhum, a dança inicia com o punhal na mão, isso porque as ciganas guardam o punhal preso na perna, na altura da coxa, e durante a dança não é possível tirá-lo dali, uma vez que as ciganas não mostram as pernas. O punhal é considerado ritualístico e deve ser guardado num tecido vermelho. Para fazer uma limpeza astral com o punhal, em si, ou em outras pessoas, basta apontá-lo para os 4 cantos cardeais, norte, sul, leste e oeste, invocar uma divindade de sua afinidade e fazer passá-lo próximo ao corpo, frente e costas. Dança do Punhal - Assim como a dança da espada, a verdadeira origem d da dança com o punhal não tem comprovação histórica e há diversas versões sobre o significado dessa dança. É praticamente impossível uma afirmação precisa sobre sua real origem. Em algumas fontes de pesquisa, há afirmações de que seria uma dança derivada da dança da espada. Porém, a dança do punhal é uma dança muito forte e marcante, diferente da dança com a espada, em minha opinião. Uma das versões conta que é uma homenagem a Deusa Selkis (Rainha dos Escorpiões), simbolizando morte, transformação e sexo. É possível que seja uma incorporação da dança cigana à dança do ventre, retratando amor, mistério, magia, paixão, luta e morte. Alguns estudos realmente nos levam a crer que o povo cigano foi pioneiro na inserção do punhal em danças femininas. As gawazees (tribo cigana) utilizavam o punhal como arma de defesa e na execução da dança, elas o usavam para transmitirem mensagens umas para as outras. Os registros mais antigos nos levam a Istambul e Constantinopla, mais precisamente às mulheres que serviam o sultão. Algumas fontes afirmam que as odaliscas precisavam sobreviver no harém. Dessa forma, disputavam com as outras a atenção do sultão, tomando seu punhal e dançando com ele para impressioná-lo. O sultão escolhia apenas uma odalisca para passar a noite com ele, podendo futuramente tornar-se uma de suas esposas ou concubinas. O posto mais alto dentro de um harém atingido por uma mulher era sultana, ou seja, mãe do sultão. Nos haréns, a comunicação entre homens e mulheres era proibida. As mulheres usavam a dança com o punhal como código de linguagem. Hoje em dia, utilizo esses gestuais (códigos) nas mostras de dança para que o público conheça um pouco mais sobre esse estilo de dança. Seguem os significados dos gestuais: 


Punhal na mão, com a ponta voltada para fora: a bailarina está livre;
Punhal na mão, com a ponta voltada para dentro: a bailarina é comprometida;
Punhal na testa com a ponta para baixo: magia;
Punhal entre os dentes: desafio (a mulher mostra nada temer);
Punhal coma ponta no quadril: força feminina;
Bater o punhal na bainha: chamado para o embate;
Punhal entre os seios: paixão;
Passar o punhal pelo corpo: sedução;
Equilibrar o punhal sobre a testa: domínio;
Desenhar círculos no ar com o punhal: limpeza energética astral;
Passar a lâmina rente ao próprio pescoço: ameaça de morte.
Dicas: Por ser uma dança forte, cuidado com o manuseio do punhal para que você não seja mal interpretada; Decore seu punhal com pedras, fica bem delicado; Estilos musicais idéias para essa dança: músicas turcas ou estilo andaluz; Trajes sugeridos: calças bufantes e boleros. Curiosidade: para a execução dessa dança são confeccionados punhais específicos para tal, sem corte.

Contribuição: Aluna Cecília Balotta